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Como fazer um Investment Banking Pitchbook!

"A sua página diz o que ela se propõe a dizer?"

"Como fazer um IPO profile?"

Em investment banking, quase tudo começa ou termina com uma apresentação. As vezes é para ganhar um mandato. Outras vezes é para convencer a contraparte. Muitas vezes é para convencer o Conselho de Administração a fazer a transação. Um bom pitchbook é assertivo, feito para convencer alguém importante sobre algo que ele é especialista. Difícil??




Estude o assunto, faça anotações, pesquise! É difícil propor um outline sobre algo que você não conhece. As principais fontes de informações incluem: i) a própria empresa, ii) a mídia especializada, iii) concorrentes, e quando disponível, iv) relatórios de research dos bancos. Tenha certeza que você não deixou nada relevante (e óbvio) de fora da sua análise.




Planeje! Ao montar uma página para um pitchbook, comece com o seu planejamento. Como esta página agrega ao story line da apresentação como um todo? Qual mensagem você busca transmitir? Qual será a estrutura da página? Quais elementos não podem ficar de fora do material? Busque um equilíbrio entre dados qualitativos e quantitativos. Não seja óbvio.




Seja preciso! Não erre contas, gramática, formatação, fontes. Nada é mais degradante do que erros na apresentação, especialmente aqueles erros que GRITAM na página. Revise o seu trabalho, tanto na tela quanto no papel.




Critique o produto final! Quando a página estiver feita e acabada, se pergunte se ela faz sentido. Todos os elementos dela estão corretos? Todos os elementos que estão na página deveriam estar na página? Aquele gráfico lindo que você fez e ocupa 1/4 da página é tão importante assim?? Ou dava para dizer a mesma coisa com um bullet point em um lugar mais apropriado? Se você é inexperiente ou está inseguro, peça uma segunda opinião.




Como fazer um IPO profile?




Eu prefiro tudo em uma página só, normalmente dividido em 4 quadrantes - mas isso é uma questão de gosto. Tem quem prefira multiplicar o número de páginas (e obrigar o leitor a conectar as informações que estão em páginas diferentes).




1. Contexto: sempre bom começar com quem é a empresa e o que ela faz, quando fez seu IPO, e outras informações genéricas relevantes.




2. Performance da ação desde o IPO: preço no IPO, volume negociado, benchmark (índice de mercado como o IBOVESPA ou um índice setorial), % de valorização em 1d, 30d, 1 ano, e please… explique no gráfico com um comentário grandes variações de preço (cuidado com a escala do eixo y que pode ser enganosa).




3. Performance da companhia: prefira apresentar dados anuais de i) operações, ii) DRE, iii) estrutura de capital, ao menos 2 anos para trás, os últimos 12 meses se já passar da metade do ano ou a estimativa do final do ano e se tiver acesso a relatórios de research.




4. Múltiplos: calcule todos os múltiplos que fizer sentido, e sempre inclua TEV/EBITDA, TEV/Sales, P/E (do ano corrente e do ano projetado se tiver, ou dos LTM na falta de informação). Gosto de ver Net debt/EBITDA também (nem sempre relevante em growth companies que fizeram IPO). Os múltiplos podem estar junto da performance da companhia, ou no contexto.




5. Que tal descrever o que a empresa faz? Gosto muito de um gráfico com os principais acionistas no primeiro nível, a empresa no segundo nível (mostrando ON e PN se tiver) e suas operações no terceiro nível (que podem ser subsidiárias ou apenas unidades de negócios se for o caso) dando uma perspectiva da relevância de cada negócio para a companhia.




6. O que estão falando da companhia? Se tiver acesso, inclua uma análise dos analistas de research que cobrem a companhia, destacando a recomendação (Buy, Sell, etc), o preço alvo de cada analista, potencial de upside em relação ao preço atual, e um ou dois bullets que resumam o que o analista pensa do papel (de preferência transcrito e entre aspas, com o autor e data). Esta análise eu normalmente faço em uma página separada.




Um pitchbook deve ser assertivo. Um bom pitchbook informa e convence de forma sucinta, rápida e precisa. O bom analista concatena sua análise para contar uma história no pitchbook. Sempre valorize o mais importante (para a sua história), e avalie como você quer que o leitor gaste sua energia. Estude o assunto, planeje, seja preciso, seja crítico e se puder, valide o material com alguém de confiança antes de apresentar para o seu chefe ou cliente.




Última dica: faça o material para o seu público alvo, não para você.






José Securato trabalha em investment banking, fusões & aquisições, valuation e capital raising desde 1998

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