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Curso de Valuation: teoria vs. prática

Um curso de valuation tem que ser fundamentado no arcabouço teórico, mas deve ter aplicação prática. Um tem pouco ou nenhum valor sem o outro. Ensinar o conceito sem ensinar como o conceito deve ser aplicado só tem valor na academia. Por outro lado não formamos robôs que decoram e aplicam fórmulas sem entender o que estão fazendo. Formamos analistas, profissionais capazes de aplicar conhecimento em problemas práticos do seu dia a dia. Um curso de valuation que o aluno saia fazendo valuation? Sim! Este é o nosso desafio.




Valuation é o exercício de atribuir valor econômico para ativos ou empresas. É um exercício complexo, provavelmente um dos mais complexos em finanças corporativas. Dominar a "arte do valuation" não é simples. Requer muito estudo e muita aplicação. Requer colocar a mão na massa e efetivamente fazer o valuation, discutir o valuation, defender o valuation. O melhor lugar para se começar é na escola, em um ambiente seguro, exploratório, onde errar é mais que possível, é permitido, é desejável. Mas o exercício do valuation deve continuar na sua vida profissional (e pessoal), a partir de então, com maiores consequências (quando não é mais permitido errar).




Há dois métodos de atribuir valor, de fazer valuation. O primeiro e mais usual é com base em benchmark, ou comparação. O segundo e mais preciso é com base em geração de valor (ou fluxo de caixa). Avaliamos quanto um ativo vale toda hora, comparamos preços, termos, condições, estimamos quanto vamos ganhar ao investir em um dado ativo. Fazemos valuation todos os dias! Mas quando se trata de fazer o valuation de uma empresa, precisamos ser mais sistemáticos, afinal as somas e consequências tem dimensões muito maiores.




Quando fazemos o valuation de empresas por benchmark, comparamos valor de duas naturezas. Podemos olhar para as empresas listadas nas bolsas de valores como a BOVESPA cuja referência de valor é o preço das suas ações multiplicado pela quantidade de ações, ou o preço de mercado (market cap). Esta é a metodologia de valuation com base em multiplos de mercado, ou trading comps. Podemos ainda analisar as últimas empresas que foram compradas por outras empresas, gerando um referencial de preço. Esta é a metodologia de valuation com base em múltiplos de transações precedentes, ou transaction comps. O valuation por benchmark é usualmente uma metodologia assessória.




O método mais usual de avaliar uma empresa é com base na sua geração de valor, ou seja, com base na geração de caixa que a empresa proporciona. Esta é a metodologia de valuation com base em fluxo de caixa descontado, ou discounted cash flow (DCF). Há pelo menos quatro variações desta metodologia: fluxo de caixa para firma, fluxo de caixa para o acionista, fluxo de dividendos, e análise de fluxos alavancados (leverage buyout analysis), esta última menos importante no Brasil. Complexo? Nem tanto! Mas é fundamental entender cada uma delas, suas diferenças, quando aplicar cada metodologia e suas limitações.




Se o método mais usual é com base em fluxo de caixa descontado, é fundamental haver uma discussão de como produzir este fluxo de caixa. Como produzir projeções a partir de informações históricas, como elaborar cenários e como garantir a consistência do seu plano de negócios são questões que precisam ser trabalhadas em um curso de valuation. Se o fluxo de caixa projetado, que é matéria prima para o valuation por DCF, não estiver bem feita, o resultado do valuation não será bem feito, mesmo se o analista dominar todas as técnicas de avaliação. Prevalece a máxima "se entrar lixo, sairá lixo" (do inglês, garbage in, garbage out).




Um bom curso de valuation ensina os fundamentos e explica a teoria, mas também mostra como esses fundamentos e teoria devem ser aplicados. O curso deve ser completo, e discutir os pre-requisitos fundamentais para o valuation como análise de demonstrações financeiras e como construir um plano de negócios. Eu prefiro uma abordagem intuitiva, em que o aluno consiga interpretar os resultados de cada passo da construção do valuation, em vez de provar matematicamente cada hipótese e consequência da teoria de finanças (só para mostrar que a teoria de fato faz sentido e deveria funcionar, até porque, as vezes a teoria não funciona e requer adaptações práticas). Concentramos nas melhores práticas de mercado, e o aluno sai com uma ferramenta que é referência para todo e qualquer valuation que ele fizer no futuro.




Mas o curso de valuation da Saint Paul Escola de Negócios é só o primeiro passo. Para ficar bom mesmo, é preciso arregaçar as mangas, sujar as mãos e ganhar milhagem. Porque valuation não é ciência de foguete, mas a experiência faz a excelência.




Veja: Valuation Aplicado, JR Securato Junior, Ciclo de Palestras da Saint Paul Escola de Negócios







Nota: Talvez você se interesse pelo meu artigo sobre avaliação de Startup/ Venture Capital. Confira & Comente: "Valuation de Venture Capital: Intro"




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